terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Manifesto pela felicidade plena na corrida



Você tem o direito a se vestir como achar mais confortável, não importa se queira correr com meias, bermuda, camisa e manguito de compressão ou apenas de shorts, peito aberto e sem meias. Descalço, se preferir, protegido apenas por um tênis minimalista ou pelo modelo com a mais avançada tecnologia de amortecimento - caríssimo. Mas também é de seu livre-arbítrio escolher o calçado mais barato da loja (desde que ele faça com que você sinta os pés com asas).


Todo corredor tem o direito de alimentar-se da maneira que melhor lhe saciar o paladar e as necessidades energéticas e nutricionais. Pode se empanturrar de carne numa churrascaria ou manter a mais restrita dieta vegana. Alimentar-se exclusivamente de produtos orgânicos ou valer-se de suplementação, de qualquer origem que seja.


Pode escolher entre os 5km ou uma ultra maratona, se lhe completa como corredor. Decidir se quer correr muito rápido, com o coração ameaçando saltar pela boca, ou trotar indefinida e confortavelmente pelo asfalto plano. Ou por morros enlameados. Ou pela areia fofa da praia sob o escaldante sol do meio-dia. Ou sob a noite estrelada. Ou ainda debaixo de chuva. Nada importa, tudo é secundário, desde que lhe faça feliz.


Você é autorizado, corredor, para seguir cada dica, cada orientação de revistas e livros, ou ignorá-las completamente em nome de sua satisfação.


Para falar a verdade, sua única obrigação é pensar muito bem sobre cada decisão. 

Como nos ensinou o poeta Pablo Neruda, "você é livre para fazer o que quiser, mas será prisioneiro das consequências."

Corra (feliz)!

Zé Lúcio Cardim